Inadimplência no crédito imobiliário subiu para 1,9% no ano passado.
Inadimplência no crédito imobiliário subiu para
1,9% no ano passado InfoMoney
A inadimplência no crédito imobiliário aumentou no ano passado,
refletindo o cenário atual de juros altos e
aumento do desemprego, mas ainda não é um ponto de atenção no setor, de acordo
com Gilberto Duarte, presidente
da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário ePoupança (Abecip) e diretor de crédito imobiliário
do Santander. O indicador, considerando atrasos acima de 90 dias, passou de
1,4% em 2014 para 1,9% no ano passado, considerando garantia hipotecária a inadimplência no
crédito imobiliário subiu para 1,9% no ano passado.
Se considerada, conforme dados da Abecip
e do Banco Central, apenas a alienação fiduciária, a inadimplência do crédito
imobiliário aumentou de 1,4% no ano de 2014 para 1,6% até setembro de 2015.
"A inadimplência ainda não é preocupante, mas os bancos
estão trabalhando em novas soluções. No cenário atual serão ampliadas as
carências e também o prazo do pagamento do crédito. O mercado está trabalhando.
Está muito claro que o consumidor quer pagar
e ficar com a casa dele, que é seu principal bem", avaliou o presidente da
Abecip, em coletiva de imprensa, nesta terçafeira, 26.
bancos e consumidores. Já do lado das incorporadoras,
segundo Duarte, os casos de inadimplência foram pontuais e o patamar dos
calotes está "normal". "Em 2015, tivemos mais situações de
incorporadoras pedirem mais prazo e renegociarem condição, mas essas empresas
continuaram pagando. Isso não constitui inadimplência, mas ajuste de fluxo de
caixa", esclareceu o presidente da Abecip.
Juros
Os bancos não fizeram novos movimentos de aumento de juros
no crédito imobiliário, mas as taxas podem subir ao longo de 2016 em meio à
pressão na curva da Selic, de acordo com Duarte. Apesar disso, o especialista
acredita que os bancos não tendem a ser ainda mais rigorosos neste segmento do
que foram em 2015, quando elevaram os juros e restringiram as condições de
liberação de recursos para a compra da casa própria.
"Os parâmetros adotados em 2015 parecem ser bastante
sólidos e já criam conforto necessário para que o mercado aconteça, mas depende
do comportamento da taxa de juros no curto
prazo e da curva de juros que está pressionada. Isso pode começar a se traduzir
em aumento de preços", avaliou Duarte.
Sobre medidas para estimular mais o mercado de crédito
imobiliário, que em 2015 reduziu pelo segundo ano consecutivo o volume de
empréstimos, o presidente da Abecip citou a criação de um grupo para estudar
caminhos para desburocratizar o uso dos recursos do FGTS. Segundo ele, essa
iniciativa foi iniciada no final do ano passado e ainda não tem medidas
práticas definidas.
Questionado
sobre o uso dos recursos do FGTS para outros segmentos fora o crédito imobiliário, como,
por exemplo, o consignado (com desconto em folha de pagamento), Duarte disse
que "manter a missão constitucional do fundo preservada faz mais sentido e
é mais sadio". "O FGTS tem uma série de desafios como fundo, mas tem
uma missão constitucional bastante clara e tem o investimento que tem sido
feito em moradias populares", avaliou ele.
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